Índices de furtos e roubos disparam em Copacabana, que vive rotina de cenas de violência
05/12/2023
(Foto: Reprodução) Segundo os dados do Instituto de Segurança Pública, o bairro teve alta de roubos (25%) e furtos (23%), na comparação entre 2022 e 2023. No último sábado (2), um grupo com mais de 15 pessoas atacou e roubou pessoas em uma das principais vias da região. Dois homens são detidos em festival na Praia de Copacabana
Reprodução
Moradores e turistas que frequentam Copacabana, na Zona Sul do Rio, estão preocupados com o aumento da sensação de insegurança no bairro. O que era apenas uma percepção ganhou a confirmação do levantamento feito pelo g1 sobre os indicadores de violência da região.
Segundo os dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro (ISP-RJ), com informações sobre os registros na 12ª Delegacia de Polícia Civil, entre janeiro e outubro de 2022 e 2023, Copacabana teve um aumento significativo nos indicadores sobre roubo e furto.
Indicadores de violência aumentam em Copacabana
Kayan Albertin / Arte g1
Entre os indicadores de violência analisados, os de maior destaque negativo são: Furto a transeunte, que aumentou 56,3% em um ano; roubo de celular, com 47% de aumento; furto de celular, que registrou crescimento de 34,9%; e furto em coletivo, com 23% de aumento.
Ao todo, Copacabana viu o total de furtos subir 23%, em um ano. Se em 2022 foram registrados 3.978 furtos no bairro, o ano atual contou com 4.914 ocorrências. Já em relação ao total de roubos, o número passou de 760 para 951 casos, registrando um aumento de 25%.
Latrocínio, traficante preso e arrastão
O levantamento do g1 considerou apenas os números até o mês de outubro, data da última atualização do ISP. Contudo, o mês de novembro também foi preocupante para os moradores de Copacabana.
Novas imagens mostram ataque que terminou com empresário agredido em Copacabana
O bairro mais procurado entre os turistas, ganhou destaque na mídia internacional por conta de sua violência. No dia 19, o turista Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santos, de 25 anos, foi morto em uma tentativa de assalto nas areias da Praia de Copacabana.
Nascido no Mato Groso do Sul e morador de Minas Gerais, o jovem estava na cidade para o show da cantora Taylor Swift e morreu no dia da apresentação que pretendia assistir.
As primas de Gabriel contaram que ele cochilou na areia enquanto os amigos conversavam. Nesse momento, eles foram abordados pelos bandidos. O grupo tinha deixado a maior parte dos pertences no carro, o que teria irritado os assaltantes. Gabriel acordou assustado, já no meio do assalto e foi atacado.
Gabriel Mongenot Santana Milhomem Santos estava no Rio de Janeiro para assistir ao show de Taylor Swift
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Alguns dias depois da morte de Gabriel, mais um caso alarmante. A Polícia Civil prendeu o homem apontado como chefe, no Ceará, do Comando Vermelho, a maior facção criminosa do tráfico de drogas do estado. Rogerio Gomes de Oliveira, o Cego ou Coroa, estava em um prédio em Copacabana.
Já na virada do mês, um arrastão, crime que virou rotina no bairro da Zona Sul. Imagens de câmeras de segurança gravaram quando moradores foram atacados por um grupo com mais de 15 criminosos.
No vídeo, é possível ver um dos integrantes do bando se aproximando de uma mulher na calçada da Av. Nossa Senhora de Copacabana, uma das mais movimentadas do bairro. A vítima foi roubada e agredida.
O empresário Marcelo Rubim Benchimol, que passava pelo local, decidiu intervir para tentar proteger a vítima.
Marcelo foi agredido por um grupo de cinco pessoas. Ao tentar fugir dos agressores, o empresário foi novamente atingido, dessa vez por um soco mais potente, por trás. O novo golpe derrubou de vez o empresário, que caiu desmaiado no chão. Além da agressão, os bandidos roubaram o empresário.
Empresário leva soco durante assalto em Copacabana
Em depoimento na delegacia, Marcelo disse que só pensou em ajudar a mulher que foi atacada pelos criminosos.
“Eu me lembro que eu estava indo para a academia e vi uma moça sendo atacada. O principal que eu pensei foi: 'ou eu fujo ou eu ajudo ela'. Optei por ajudar”, disse.
O porta-voz da Polícia Militar, coronel Marco Andrade, definiu a ação como "um ato covarde".
"(Foi) Um ato covarde. Nós nos solidarizamos com o senhor Marcelo que foi prontamente atendido por uma equipe da Polícia Militar, e conduzido até a UPA. E lá, depois de atendido, ele optou de fazer o registro posteriormente. Sobre o caso propriamente dito, as forças de segurança trabalham de forma integrada. Os policiais militares do 19º BPM, batalhão de área, já trabalham com a 13ª DP. As imagens já foram recolhidas e estamos trabalhando para realizar a prisão desses criminosos", afirmou.
Prisões em queda
Não bastasse o aumento dos casos de roubos e furtos, os moradores de Copacabana viram os números de prisões em flagrante e de apreensão de adolescentes por prática de ato infracional reduzirem.
Também de acordo com dados do ISP, 450 pessoas foram presas em flagrante, entre janeiro e outubro de 2022, em Copacabana. O número referente ao mesmo período de 2023 representa uma redução de 11%, com o total de 398.
Já o total de adolescentes apreendidos por prática de ato infracional passou de 207, em 2022, para 160, esse ano. O número representa uma queda de 22%, em um ano.
Região Metropolitana teve redução
Os números de Copacabana chamam ainda mais atenção quando comparados com os dados de toda Região Metropolitana. Também segundo o ISP-RJ, o conjunto de municípios do Rio teve redução em indicadores de violência, como roubo de celular (-5%) e roubo a transeunte (-21%).
Em toda região metropolitana, o ISP computou 85.801 roubos no total, entre janeiro e outubro de 2022. Já no mesmo período de 2023, esse total ficou em 73.358 casos, uma redução de 14%.
