Caso Monique: namorado de jovem encontrada morta em rodovia é condenado por feminicídio
23/02/2024
(Foto: Reprodução) Homem foi julgado nesta quinta-feira (22), pelo Tribunal do Júri de Contagem, na Grande BH. Crime ocorreu em fevereiro de 2023. Mãe procurou a polícia para informar desaparecimento de Monique Ferreira Costa, de 21 anos
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O engenheiro Luiz Gustavo Lopes Silva, de 27 anos, foi condenado a 19 anos e seis meses de prisão pelo feminicídio da própria namorada, Monique Ferreira Costa. No dia 17 de fevereiro de 2023, a jovem, que tinha 21 anos, foi encontrada morta às margens de uma rodovia, na Região Central de Minas.
O homem foi julgado nesta quinta-feira (22), pelo Tribunal do Júri de Contagem, na Grande BH. O acusado também foi considerado culpado pelos crimes de ocultação do cadáver e fraude processual.
Homem foi julgado pelo Tribunal do Júri de Contagem, na Grande BH
Ernane Fiuza/TV Globo
Segundo as investigações, a vítima morreu por esganadura, dentro do apartamento onde morava, em Contagem. Em seguida, teve o corpo abandonado pelo companheiro, às margens da BR-040, em Ouro Preto.
O g1 procurou a defesa de Luiz Gustavo Lopes Silva para um posicionamento e aguarda retorno.
Relembre o caso
Monique Ferreira Costa estava desaparecida desde 12 de fevereiro de 2023, quando saiu para ir a um shopping, em Belo Horizonte. A mãe da jovem informou o desaparecimento à polícia três dias depois, acompanhada do genro, Luiz Gustavo Lopes Silva. A reação do homem chamou a atenção dos investigadores.
Monique Ferreira Costa, de 21 anos, desapareceu no último domingo (12) em BH
Polícia Civil/Divulgação
"Nós passamos a entrevistar o namorado no intuito de saber a localização de Monique. E, no decorrer da entrevista, ele se comportou de uma forma muito nervosa, ele tinha hematomas e arranhões no braço e antebraço", explicou o delegado Alexandre Fonseca.
Ainda conforme o delegado, no dia 13 de fevereiro, Monique enviou uma mensagem a uma amiga, por volta das 22h. Elas tinham combinado de ir a uma festa, mas, no texto, a vítima escreveu que tinha acontecido algo sério e ela estava indo para a delegacia.
Aos policiais, o namorado afirmou que esteve com Monique até por volta das 23h30 e depois foi para a casa dele. Ainda na versão do homem, posteriormente, ele foi para um motel com uma amiga, onde ficou até as 6h do dia seguinte. Para a polícia, no entanto, esse seria um álibi usado pelo engenheiro.
No dia 25 de fevereiro, o homem foi preso no momento em que se preparava para retirar objetos do apartamento onde a jovem morava, que estava em nome dele. No local, a equipe policial notou que o forro e a espuma do colchão estavam recortados, com sangue humano em volta.
Forro de colchão no apartamento de Monique estava recortado
Polícia Civil /Divulgação
No carro em que o engenheiro chegou ao imóvel foram encontradas malas com roupas, o que, segundo a polícia, indicava uma possível tentativa de fuga. Ele foi preso em flagrante por fraude processual.
Malas foram encontradas no carro em que suspeito usava
Polícia Civil / Divulgação
"A motivação [do crime] é feminicídio. Houve um desacerto entre a Monique e o suspeito no apartamento. A gente tem informação que o suspeito deve um dinheiro para agiota e que a Monique já havia pago uma dessas dívidas e ele estava querendo mais dinheiro. A gente acha que ela se cansou, quis terminar o relacionamento e ele não aceitou ou, talvez, ele possa ter subtraído dela mais um dinheiro no dia 13, quis denunciar na delegacia e houve o homicídio", detalhou o delegado.
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